Chegaram ao fim os quatro dias da IBERGRID, organizada na Universidade do Algarve. O regresso da conferência foi marcado por atualizações do panorama ibérico e europeu e pela apresentação de inúmeros trabalhos que bem ilustram a necessidade de haver estas parcerias. Até para o ano! (E sim, já há detalhes sobre a próxima edição)
Dois anos e uma pandemia depois, o projeto que une Portugal e Espanha na coordenação de aplicações científicas, infraestruturas de computação distribuída, computação em nuvem e repositórios de dados, regressou. Desta vez, ao sul do país, durante quatro dias, para a 11ª edição da conferência IBERGRID.
Em 2019, a conferência havia rumado até Santiago de Compostela – onde se havia realizado a primeira edição, em 2007 – mas, para este ano, foi em Faro que concentraram especialistas das mais diversas áreas para partilhar experiências, conhecimento e reforçar as ligações deste plano comum.
A 10 de Outubro, entre registos, boas-vindas e reencontros, o auditório da Universidade do Algarve, no Campus da Penha, ia ficando cada vez mais composto para o início da conferência. O dia foi dedicado ao universo EOSC – o European Open Science Cloud -, cuja missão é apoiar a investigação científica na União Europeia, garantindo o alojamento e processamento de dados. Assim, investigadores, empresas e cidadãos foram (e são, todos os outros dias) convidados a desbravar este universo de serviços e comunidades.
A tarde, por sua vez, ficou marcada pelas primeiras sessões paralelas, nas quais decorreram workshops que dividiram a audiência entre uma componente mais teórica e a outra mais prática.
A manhã do segundo dia – ainda marcado pela chegada de muitos participantes – foi dedicada a sessões plenárias que ilustraram os dois principais atores da IBERGRID. Jorge Gomes, do LIP, ficou encarregue de dar a conhecer a Infraestrutura Nacional de Computação Distribuída e as suas atividades, bem como o seu papel neste projeto ibérico. Foi também apresentado o CSIC – Conselho Nacional Espanhol de Investigação – e o trabalho que por lá é desenvolvido. De forma simples, esta infraestrutura pode ser vista como a irmã gémea da INCD, mas a atuar em Espanha.
Depois do almoço, já com energias repostas, o dilema de qual das sessões estava, de novo, presente na cabeça dos participantes, dado que a tarde seria composta por sessões teóricas e workshops. Com dois auditórios bem constituídos, as horas passaram-se em apresentações de vários trabalhos a serem desenvolvidos com o apoio da IBERGRID e, na sala do lado, as atenções focaram-se na parte prática apresentada pelo LifeWatch ERIC.
Este dia ficou ainda marcado pelo jantar da conferência, que se realizou noite fora, na praia de Faro.
O terceiro e quarto dia ficaram essencialmente marcados pelas inúmeras contribuições dos parceiros envolvidos na IBERGRID que se vão espalhando um pouco pela Europa. Além do círculo ibérico, foram ouvidos representantes de DESY – centro de investigação nacional na Alemanha -, do INFN – o instituto italiano de nacional de física nuclear -, e, entre outros, da CESNET – a infraestrutura dedicada à ciência e investigação da República Checa.
As apresentações dos parceiros e de casos práticos nas mais diversificadas áreas – saúde, cibersegurança, agricultura e, entre outras, ciências espaciais – e nas quais a computação desempenha papeis fundamentais, estenderam-se também pelo último dia, alternadas com sessões dedicadas a Digital Twins.
“Inovação” foi palavra de ordem nos quatro dias, mas há que destacar a computação quântica, que também ganhou palco durante a IBERGRID.
Isabel Campos, representante do CSIC e a representante da IBERGRID em Espanha, fechou quatro dias de partilha de conhecimento e troca de experiências com o anúncio de que a IBERGRID 2023 já tem local e dias marcados. A conferência regressará a território espanhol, entre os dias 25 e 29 de setembro de 2023, e terá lugar no Centro de Ciências de Benasque nos Pirineus.
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